7 de outubro de 2010

Qualquer Caetano.

Caetano Veloso é a melhor coisa da MPB desde alegria, alegria e lá se vão mais de trinta anos desde então. Com sua inteligência e erudição, Caetano mantém uma simplicidade que as vezes passa por esnobismo, mas é apenas elegância. Com seus sessenta e poucos anos de idade, rebola e pula, dança e requebra, é estiloso, inventivo e gracioso. Cetano é rock'n roll e neguinho, é menina e menino, é do norte e do sul, da América e do mundo. Critica-lo é a maior prova de que a pluralidade irrita muita gente. Seus defeitos que há de ter são pra consumo próprio não chegam até nós, platéia, que recebemos dele fina estampa e repertório.Reverenciá-lo é chover no molhado, mas segue urgente, pois o tempo passa rápido e não vejo substitutos a vista.

Caetano é político, social, humanista, hedonista, romântico e afinado. É bonito ainda por cima. Duas horas de Caetano e a gente tem o Haiti, o Hawai e o aqui dentro, lugar onde todos os desejos e incertezas. Caetano é tupi, guarani, inglês e português. Baiano e americano, guitarra e candomblé.

O que mais me atraia numa pessoa, qualquer pessoa, é sua capacidade de fugir dos esteriótipos, ser dez em uma, revolucionéria e católica, feia e sexy, alienada e esperta, surfista e filósofa. Pessoa coerentes e previsíveis provocam uma admiração relativa e muito sono: gosto das que nos surpreende e deslumbram, e quanto mais diferentes delas mesmas. No final das contas, só a estranheza é que nos encanta, a multiplicidade, o mundo todo que cabe numa unica vida.

Caetano é um planeta. Terra, Água, Fogo e Ar. Não se trata de tietagem ou subordinação: é justiça.
Não é um homem comercial, mas é popular, não é um homem fácil, mas tampouco complicado. É um homem que rima, que canta o lado inevitável do amor, que tranforma latim em pó e que nos provoca um "tapinha não dói" só pra ver se a gente ainda cai nessa cilada, e a gente cai. Caetano pode. Seu brilho e nergia vêm de gerador próprio.

Esta crônica é mais um aperto de mão, sem histerismo, um cumprimento adulto e honesto, para um artista que não é qualquer um, nem qualquer Caetano.



Essa crônica é tudo o que eu penso e sinto por Caetano, mas só Martha Medeiros teve a felicidade de traduzir no livro NON-STOP.

3 comentários:

  1. "Ò doce irmã,o que você quer mais? Eu já arranhei minha garganta toda atrás de alguma paz..." Salve,salve Caetano! Adoro!

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  2. "Deixa eu dançar pro meu corpo ficar ODARA"...Salve Caetano!!! Tbm adorooooo keith!!

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  3. Cadê os posts novos, vai ficar morcegando msm é!? hahahahha... Que moleza! "Salve, Caetano!" rs

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diz aii...

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